Há 20 anos, para os portenhos só existia um palermo. Esse bairro tranqüilo, boêmio, cheio de árvores e alguns cafés tradicionais. Mais em meio dos anos 90, uma multiplicação de bares, restaurantes, lojas de roupa e desenho, começaram modificar o perfil do bairro. O marketing fez o demais e pronto Palermo, o que cantava Gardel, o que lembraba na sua poesia Borges, se fragmentou em múltiplos Palermos.Primeiro, em torno à Praça Cortazar (Praça Serrano, segundo é conhecida popularmente), alí nasceu o Palermo Soho (uma homenagem ao bairro boêmio de Manhattan). Logo, crozando a Avenida Juan B. Justo para o vizinho bairro de Belgrano, nasceu o Palermo Hollywood (uma área mais fashion que homenageava a meca do cinema). Quens resistian estas novas tendências lingüísticas refugiram-se, paradoxalmente, criando uma nova classificação: Palermo Viejo (o Palermo Velho), na área perta da Rua Paraguay e para o bairro de Villa Crespo.
Mais tarde, chegaram tentativas frustradas como o Palermo Village (para Villa Crespo, ao norte, perto da esquina de Juan B. Justo e Corrientes); o resgate de velhas classificações que nunca se pretenderam oficiais como a Villa Freud (área perta da Praça Guadalupe, aonde moravam uma boa quantidade de psicoanalistas); e a recente proposta de um grupo de torcedores do Boca Juniors para homenagear ao seu máximo goleador histórico Martín Palermo, com uma seção do bairro que se chamaría o Palermo Martin.
Com seções ou não, classificações mais ou menos, Palermo é um dos bairros mais tradicionais e bonitos da nossa cidade. Palermo ou Palermos, da na mesma, o importante é conhecé-lo.
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