Se o tango tivesse um lugar geográfico na cidade de Buenos Aires, esse lugar sería a esquina da avenida San Juan e a rua Boedo. No bairro de Boedo, no centro da cidade, esta esquina condensa o espírito popular e do bairro do tango. Retratada por Homero Manzi, um dos maiores poetas tangueros, na letra do tango “Sur”, tem sido históricamente ocupada por um bar de mil nomes e um sentimento só.Lugar tradicional de Buenos Aires, o bar da esquina foi construido em 1927. Seu apogeu foi durante a década dos 40, quando as orquestras de tango iluminavam a avenida Corrientes e os músicos que as integravam, passavam o dia inteiro nas mesas deste café. Nesses tempos era o “Café do Aeroplano”, que logo se chamaría de “Nipón” e mais tarde “Canadian”. Desde o ano 2000, esta esquina conhiecida hoje como Esquina Homero Manzi, tem revivido.
Homero Manzi imortaliçou essa esquina com a composição da letra do tango “Sur”, um dos mais famosos e mais interpretados da história do tango. O mesmo começa com a estrofe: “San Juan e Boedo antiga, e o ceu todo, Pompeya e além a inundação. O seu cabelo de noiva na lembrança e seu nome florando no adeus”. Uma melancólica lembrança dum amor juvenil que hoje trocou em esquina.Atualmente pode se encontrar alí o tradicional café, que ademais, na noite, funciona como tanguería. Oferece um espetáculo de tango com música ao vivo (um grupo de contrabaixo, bandônio e violino), com dois cantantes e três pares de bailarinos. Um lugar que representa o mais auténtico do tango de subúrbio. Para eles que quiseram conhecer as raizes do tango, um lugar especial para se acercar ao ritmo rioplatense.
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