Esta é uma cidade de livrarias... grandes e luxuosas nas avenidas importantes... ou especializadas em ofertas... ou “de velho” escondidas nos bairros. A atração para o turista se encontra na história que representam e no espaço cultural e relax que oferecem.
Outra característica de interesse de muitas livrarias portenhas é que estão alojadas em edifícios de valor patrimonial.
Percorrer as livrarias de Buenos Aires, buscar nas suas estantes e conversar com os livreiros é uma forma de conhecer e compreender a cidade e seus hábitos.
Cronologia
Século XVIII
Segundo Domingo Buonocuore, até 1750 foram instalados os primeiros mercadeiros de livros em Buenos Aires. Eram locais que, além de outras mercadorias, como alimentos e remédios, vendiam livros. Um deles era a “La Botica del Colegio”, localizada na atual esquina de Alsina e Bolívar. Seus clientes eram os alunos e professores do Real Colégio de San Carlos, hoje Colégio Nacional de Buenos Aires. Na mesma esquina funciona hoje a “Librería de Ávila”, o único comércio na cidade que conserva localização e item desde os tempos coloniais.
Século XIX
O mercado dos livros crescia constantemente. Cada vez se importava mais livros, sobretudo da França. Em 1830, a “Botica” de Bolívar e Alsina foi transformada na “Librería del Colégio”. Em 1833, Marcos Sastre abriu a “Librería Argentina” onde atendeu pessoalmente até 1837. Ali, incorporou um gabinete de leitura onde, por uma cota mensal, era possível ler livros ou retirá-los por empréstimo. Foi conhecido como o “Salón literário de Marcos Sastre”. Em 1852, Benito Hortelano criou a livraria “Hispano Argentina”, que foi transformada em livraria de moda da época.
Século XX
Buenos Aires continuou configurando sua importância como cidade de cultura e de artes. Passou a ser o lugar escolhido pelos exilados da guerra civil espanhola, que trouxeram sua literatura. Assim, foram abertas importantes editoras e famosas livrarias como a “Librería de la Ciudad” (Livraria da Cidade), visitada freqüentemente pelo escritor Jorge Luís Borges, o “El Ateneo-Gran Splendid”, uma luxuosa livraria da Avenida Santa Fé que funciona no edifício de um antigo cine.
Personagens portenhos: leitores e livreiros
Muitas livrarias oferecem espaços para a leitura com cômodas poltronas ou mesas de café e espaços onde acontecem eventos culturais. Os leitores podem se acomodar para folhear ou ler os livros que foram escolhidos nas estantes. O portenho é sofisticado, gosta de ler os clássicos... mas é ávido leitor das novidades da literatura contemporânea de todas as latitudes. Atualmente, prefere os livros de história e os ensaios sobre a política argentina.
As livrarias de Buenos Aires não seriam completamente portenhas se não oferecessem a atenção dos livreiros especializados. Mesmo sendo um ofício “em vias de extinção” é possível encontrá-los, ainda, recomendando livros de todos os argumentos, para todas as idades. As livrarias pequenas muitas vezes são atendidas por seus donos. Os livreiros assessoram e percorrem os corredores e estantes em busca do livro que se necessita ou que se deseja.
Mas, incluso sem a ajuda do livreiro, para um leitor do estrangeiro não é difícil encontrar o título buscado, pois as novidades estão expostas nas mesas e nas estantes. Geralmente, os títulos estão organizados por tema e em ordem alfabética.
Circuitos de livrarias
Uma das zonas com maior concentração de livrarias em Buenos Aires é a Avenida Corrientes, entre Callao e 9 de Julio, bairro de San Nicolás. Há locais das cadeias: Ghandi-Galerna, Hernández, Cúspide; e grandes lojas: Losada, Longseller, Lorraine e... muitas...muitas outras livrarias. Várias se dedicam às ofertas e liquidação de saldos.
Nas avenidas Corrientes, Santa Fé e Juramento e nos “shopping centers” há grandes livrarias com as últimas publicações e muito material de interesse turístico: livros de fotografias e edições luxuosas sobre o tango.
Na Avenida de Mayo, aproximadamente entre os números 500 e 1200, há algumas livrarias que vendem volumes raros, primeiras edições, livros antigos ou esgotados, manuscritos, etc
Na zona que se estende entre Suipacha e Corrientes em direção à Praça San Martín há livrarias elegantes atendidas pelos livreiros mais dedicados, como a “Librería Casares”.
Para os que preferem pesquisar nas mesas de saldos, as feiras — principalmente do Parque Centenário, do Parque Rivadavia ou da Plaza Itália (praça) — são uma excelente opção para conseguir bons exemplares de livros e revistas, novos ou usados, a preços baixos.
Nos bairros de San Telmo e Palermo Viejo foram abertas, no últimos anos, várias livrarias novas e modernas.
10 características para identificar uma boa livraria
1) Boa iluminação.
2) Os livros possuem adequada distribuição temática e alfabética.
3) O pessoal é composto por livreiros... e bons.
4) Catálogo amplo.
5) Espaço para leitura e tomar um cafezinho.
6) Oferecer boas promoções.
7) Organizar eventos culturais, apresentações, palestras, amostras.
8) Vitrina atraente e clara.
9) Ter boa signalética para melhor orientação.
10) Encontrou o liro que buscava?
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