Great prices, great services. Book Now! Reserve Agora!

Thursday, January 28, 2010

Portunhol (Por Hostel Colonial, Buenos Aires)


O portunhol chegou para ficar. Há pouco tempo era apenas um conceito para mostrar o esforço que países vizinhos faziam para se compreender (como O Brasil e a Argentina, O Portugal e a Espanha), mas hoje tem crescido e desenvolvido até conseguir autoridade própria. Durante esta década, se escreveram os primeiros livros em portunhol e tem se organizado até coletivos culturais que defendem seu status.

Igual do que o spanglish (mistura do espanhol e do inglês), o portunhol surgiu nas zonas fronteiriças. Com uma vantagem extra: ambos os idiomas compartilham a mesma raiz latina. Isto facilita a compreensão habitual, as pessoas podem deduzir ou assimilar rapidamente uma palavra ou expressão à própria bagagem lingüística. Do ¿tudo bem? ao ¿todo bien?, há só um passo. É claro que há palavras e frases aonde a transcrição automática não funciona tão bem. Não é o mesmo engraçado para os lusófonos (chistoso, jocoso) que para os que falam espanhol (coberto de graxa).


De qualquer forma, conjugações verbais similares e coincidências de palavras várias conseguem que o entendimento entre as pessoas que falam cada idioma seja fluido (sempre que se fale mais devagar e os gestos acompanhem). Nunca faltará quem, maravilhado pela recepção que encontra do outro lado do seu portunhol, lance uma palavra totalmente desconhecida para o outro com a convicção absoluta de que é correta e compressível.


A chave do portunhol é perder a timidez, estas linguagens misturadas precisam (inclusive para se criar) uma cota de caradurismo. E, como nunca falta quem vá além, um grupo de poetas e escritores tem começado escrever neste pseudo-idioma. O brasileiro Douglas Dente é mencionado como o primeiro poeta em portunhol. Ainda que ele reconhece que tentativas similares têm se feito antes: “Já havia antecedentes no trabalho do Osvaldo Andrade, Haroldo de Campos, Wilson Bueno... E antes do que todos eles, Xul Solar que é argentino”. E define, entre orgulhoso e irônico: “O portunhol é a língua do futuro”.

No comments: